Reino Plantae ou Metaphyta
As plantas são seres pluricelulares
e eucariontes. Nesses aspectos elas são semelhantes aos animais e a muitos
tipos de fungos; entretanto, têm uma característica que as distingue desses
seres - são autotróficas. Como já vimos, seres autotróficos são aqueles que
produzem o próprio alimento pelo processo da fotossíntese.
Utilizando a luz, ou seja, a energia
luminosa, as plantas produzem a glicose, matéria orgânica formada a partir da
água e do gás carbônico que obtêm do alimento, e liberam o gás oxigênio.
As plantas, juntamente com outros
seres fotossintetizantes, são produtoras de matéria orgânica que nutre a
maioria dos seres vivos da Terra, atuando na base das cadeias alimentares. Ao
fornecer o gás oxigênio ao ambiente, as plantas também contribuem para a
manutenção da vida dos seres que, assim como elas próprias, utilizam esse gás
na respiração. As plantas conquistaram quase todos os ambientes da superfície
da Terra.
Segundo a hipótese mais aceita, elas
evoluíram a partir de ancestrais protistas. Provavelmente, esses ancestrais
seriam tipos de algas pertencentes ao grupo dos protistas que se desenvolveram
na água. Foram observadas semelhanças entre alguns tipos de clorofila que
existem tanto nas algas verdes como nas plantas.
A partir dessas e de outras
semelhanças, supõe-se que as algas verdes aquáticas são ancestrais diretas das
plantas.
Há cerca de 500 milhões de anos, as
plantas iniciaram a ocupação do ambiente terrestre. Este ambiente oferece às
plantas vantagens como: maior facilidade na captação da luz, já que ela não
chega às grandes profundidades da água, e facilidade da troca de gases, devido
à maior concentração de gás carbônico e gás oxigênio na atmosfera. Esses
fatores são importantes no processo da respiração e da fotossíntese.
Mas e quanto a presença da água, tão necessária à vida?
Ao compararmos o ambiente terrestre
com o ambiente aquático, verificamos que no terrestre a quantidade de água sob
a forma líquida é bem menor e também que a maior parte dela está acumulada no
interior do solo.
Como, então, as plantas sobrevivem
no ambiente terrestre? Isso é possível porque elas apresentam adaptações que
lhes possibilitam desenvolver no ambiente terrestre e ocupá-lo eficientemente.
As plantas adaptadas ao ambiente terrestre apresentam, por exemplo, estruturas
que permitem a absorção de água presente no solo e outras estruturas que
impedem a perda excessiva se água. Veremos mais adiante como isso ocorre.
Classificação das plantas
As plantas cobrem boa parte dos
ambientes terrestres do planeta. Vistas em conjunto, como nesta foto, parecem
todas iguais. Mas na realidade existem vários tipos de planta e elas ocupam os
mais diversos ambientes.
Você já sabe que para classificar,
ou seja, organizar diversos objetos ou seres em diferentes grupos, é preciso
determinar os critérios através dos quais identificaremos as semelhanças e as
diferenças entre eles.
Vamos ver agora como as plantas
podem ser classificadas.
O reino das plantas é constituído de
organismos pluricelulares, eucariontes, autótrofos fotossintetizantes.
É necessário definir outros critérios que
possibilitem a classificação das plantas para organizá-las em grupos menos
abrangentes que o reino.
Em geral, os cientistas consideram
como critérios importantes:
·
a característica da planta ser
vascular ou avascular, isto é, a presença ou não de vasos condutores de água e
sais minerais (seiva bruta) e matéria orgânica (a seiva elaborada);
·
ter ou não estruturas reprodutoras
(semente, fruto e flor) ou ausência delas.
Os nomes dos grupos de plantas
·
Criptógama: palavra composta por
cripto, que significa escondido, e gama, cujo significado está relacionado a
gameta (estrutura reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, "planta
que tem estrutura reprodutiva escondida". Ou seja, sem semente.
·
Fanerógama: palavra composta por
fanero, que significa visível, e por gama, relativo a gameta. Esta palavra
significa, portanto, "planta que tem a estrutura reprodutiva
visível". São plantas que possuem semente.
·
Gimnosperma: palavra composta por
gimmno, que significa descoberta, e sperma, semente. Esta palavra significa,
portanto, "planta com semente a descoberto" ou "semente
nua".
·
Angiosperma: palavra composta por
angion, que significa vaso (que neste caso é o fruto) e sperma, semente. A
palavra significa, "planta com semente guardada no interior do
fruto".
Reprodução das Plantas
Na maioria das espécies de plantas verdes, os
indivíduos podem reproduzir-se tanto assexuada como sexuadamente
..
Assexuadamente, as plantas se reproduzem através da
separação de partes do indivíduo
que podem dar origem a novos indivíduos. Neste processo, não há recombinação
genética, e portanto os descendentes são geneticamente iguais aos
"pais", podendo ser considerados clones de um indivíduo. A reprodução
assexuada nas plantas ocorre de várias maneiras: por brotamento , por fragmentação,
pela formação de estolhos,
e por esporulação.
Na esporulação podem se formar células especiais os esporos que podem ser aplanósporos ou zoósporos com dois ou mais
flagelos.
O homem tirou partido desta capacidade de reprodução
assexuada nas plantas, desenvolvendo métodos especializados de multiplicação,
como a estaquia, alporquia e enxertia
A reprodução sexuada
nas plantas verdes ocorre normalmente com alternância de gerações,
em que ocorre um esporófito
e um gametófito
– o indivíduo que produz os gâmetas
– que pode ser "parasita"
do esporófito, como nas espermatófitas ou ter vida
independente. Nas plantas verdes aquáticas existe a produção de gâmetas móveis,
podendo o processo ser por isogamia ou oogamia.
Nutrição das Plantas
Com excepção das plantas carnívoras,
a maioria das plantas verdes necessita apenas de sais minerais dissolvidos em água, de dióxido de carbono
e luz solar como sua nutrição. Com esses
ingredientes e sua capacidade de fotossíntese, estes seres
vivos autotróficos
conseguem a energia
e matéria necessárias para viver.
Entre os elementos químicos essenciais para as
plantas, chamados macronutrientes,
encontram-se o nitrogênio,
o fósforo, o magnésio , o cálcio, o potássio e o enxofre. Além destes
elementos principais, há outros que, apesar de serem absorvidos em pequenas
quantidades, são igualmente indispensáveis à saúde das plantas, como o boro e o cobalto; estes minerais
são chamados micronutrientes.
Ecologia Vegetal
As plantas são o elo produtor de matéria orgânica da cadeia alimentar nos meios
marinho, aquático e terrestre. São, portanto, o primeiro elo da cadeia, que
sustenta todos os elos subsequentes. Além de fornecer alimento a animais, fungos, bactérias e protistas, as plantas
também fornecem abrigo a estes seres e a seus ovos e filhotes.
No entanto, a predação não é a única relação ecológica
a que as plantas estão submetidas, existindo também relações benéficas, como as
observadas entre plantas e polinizadores.
Em algumas espécies, existem associações com certos insetos, como formigas, que recebem
abrigo ou alimento da planta, protegendo-a, em troca, contra predadores.
Há mesmo plantas que dependem de outras plantas.
Algumas famílias botânicas, constituídas por plantas parasitas, dependem da seiva de outras espécies para obter
nutrientes. Existem também milhares de espécies epífitas que dependem de
plantas maiores para se alojar, normalmente não causando qualquer dano ao
hospedeiro.
Relações ecológicas
Inúmeros animais evoluíram junto com as plantas.
Muitos animais polinizam
flores em troca de
alimentos sob a forma de pólen ou néctar. Muitos animais dispersam sementes,
muitas vezes por comer frutos
e passar as sementes em suas fezes. Mirmecófitas são plantas
que evoluíram com formigas.
A planta fornece uma casa e às vezes comida para as formigas. Em troca, as
formigas defendem as plantas dos herbívoros e em algumas
vezes das plantas concorrentes. Os resíduos das formigas fornecem fertilizantes orgânicos.
A maioria das espécies de plantas têm vários tipos de
fungos associados aos sistemas de sua raiz em uma espécie de simbiose mutualística
conhecida como micorriza.
Os fungos ajudam as plantas a obterem água e nutrientes minerais do solo,
enquanto a planta fornece aos fungos carboidratos produzidos na fotossíntese.
Algumas plantas servem como residências para fungos endófitos que protegem a
planta de herbívoros através da produção de toxinas. O fungo endófito Neotyphodium
coenophialum, em uma espécie de festuca causa danos
econômicos enormes para a indústria de gado nos Estados Unidos.
Várias formas de parasitismo também são bastante
comuns entre as plantas, desde o semi-parasitário visco, que se limita a alguns nutrientes
de seu hospedeiro, mas ainda tem as folhas fotossintetizantes, até as
inteiramente parasitárias orobanche
e Lathraea, que adquirem
todos os seus nutrientes por meio de conexões com as raízes de outras plantas,
e assim não tem clorofila.
Algumas plantas, conhecidas como mico-heterótrofos,
parasitam fungos micorrízicos e, portanto, atuam como epiparasitas
em outras plantas.
Muitas plantas são epífitas, o que significa
que crescem sobre outras plantas, geralmente árvores, sem parasitá-las.
Epífitas podem indiretamente prejudicar a sua planta hospedeira, interceptando
nutrientes minerais e luz que a anfitriã em outra situação receberia. O peso de
um grande número de epífitas pode quebrar galhos de árvores. Hemiepífitas
como o estrangulador de figueira
começam como epífitas, mas acabam estabelecendo suas próprias raízes e
dominando e matando seu hospedeiro. Muitas orquídeas, bromélias, samambaias e musgos geralmente crescem como epífitas.
Bromélias epífitas acumulam água nas axilas das folhas para formar um fitotelmo, complexa cadeia
alimentar aquática.